Ricardo Passos
Portugal - Paiting
Was born in Lisbon in 1963, and at a very early age fell in love with plastic arts. Hi has participated in two hundred exhibitions, individual and collective, in Portugal and abroad (Spain, France, Switzerland, Finland, Italy, Malta, Slovenia, England, Dubai, China, Japan, Thailand, United States and Brazil).
His professional activity mainly takes place in the fields of Painting and Graphic Design, what allows the artist to exercise on a daily basis his notions of formal and conceptual balance, thus refining his artistic expressivity and sensibility.
Distinguished several times in various fields of artistic
expression – Painting, Graphic Design, Jewelry Making, Pottery, Scenography – he is represented in many particular and institutional collections.
Filmography
"O Artista no Seu Atelier" – A documentary on the work of Ricardo Passos, made on his studio, is part of the collection of the Cinemateca Portuguesa – ANIM – Arquivo Nacional das Imagens em Movimento.
Bibliography
"Lisboa Mulher" (2000); "Loures, Terra de Gente Generosa" (2005); "Menos Solidão" 2008; "Mitos da Arte" (2009).
Institutional Representations
Royal British Collection - London - England
Museo GB Design Forenza - Italy
Museo delle Arti dell'Unita d'Italia - Italy
Herdade "Monte dos Seis Reis" – Estremoz, Portugal
Instituto Superior Politécnico – Viseu, Portugal
Câmara Municipal de Loures - Museu Quinta do Conventinho, Portugal
Câmara Municipal de Alter do Chão, Portugal
Consulado Geral de Portugal em Boston - USA
Consulado Geral de Portugal em Newark - USA
Awards
Special Distinction - International Biennial - Malta 2009
"Destaque" Award – Art Biennial – Madeira, Portugal 2008
Silver Medal - Inst. Século e Arte - Brazil 2008
"Artista Destaque" Award - Galeria Art - Portugal 2007
"Com o Rei na Barriga" Award – Internacional Art Biennial - Malta 2007
"Aquisição" Award - Galeria "Lugar do Vinho" 2007
Gold Medal - Instituto Século e Arte/Brazilian/Japanese Government - Brazil 2007
Honorable Mention - Inst. Século e Arte - Brazil 2006
Some recent exhibitions
Royal British Collection - London - England
Museo GB Design Forenza - Italy
Magma Museo - Italy
Herdade "Monte dos Seis Reis" - Estremoz, Portugal
Instituto Superior Politécnico - Viseu, Portugal
Câm. Municipal Loures - Museu Quinta do Conventinho, Portugal
Câm. Municipal de Alter do Chão, Portugal
Consulado Geral de Portugal em Boston - USA
2015
Forum Cultural Alcochete
Galeria Traço - Lisboa
Galeria Espaço Dimensão - Lisboa
Galeria Clube Privado - Almada
Galeria Espaço Exibicionista
2014
Museu Dr Louzã Henriques - Lousã
Museu Municipal de Espinho - Espinho
Galeria Terminal Cruzeiros - Madeira
Zarco Academy Arts - Madeira
Museu da Cerâmica - Sacavém
Galeria O+O - Valencia
Galeria Espaço Joalharia Sarmento - Lisboa
2013
Galeria Zeller - Espinho
Galeria Centro de Exposições Odivelas - Odivelas
Galeria Pedro Remy - Braga
Galeria Municipal Vieira da Silva - Loures
Museu da Electricidade – Funchal
2012
Galeria Centro Cultural Samora Correia
Galeria Centro de Exposições Odivelas - Odivelas
Galeria Municipal de Sintra
MIAB – Bienal Internacional de Arte – Madeira
Palácio Nacional de Mafra – Mafra
Galeria Muralhas – Guimarães
Feira de Artes e Antiguidades – Centro Cultural de Belém – Lisboa
Galeria Zeller - Espinho
2011
Galeria Zeller - Espinho / Galeria Muralhas - Guimarães / Gallery Gateway ONE - Newark USA / Gallery 360 - Boston USA / Museu da Electricidade - Funchal - Madeira Island - Portugal/ Galeria Municipal de Ourém - Portugal
2010
Galeria Ordem dos Médicos – Lisbon, Portugal ⁄ Galeria Mafalda D'Eça – Monte Estoril, Portugal / Galeria Ordem dos Médicos – Porto, Portugal / Museu da Tinturaria – Covilhã, Portugal / Prémio Utopia – Recreios da Amadora, Portugal / Galeria Actual – Lisboa, Portugal / Centro Cultural Gil Vicente – Sardoal, Portugal / Galeria Arc 16 – Faro, Portugal
2009
Centro Cultural de Poleeni – Finland / Galeria Vieira Portuense – Porto, Portugal / Palácio Nacional de Mafra – Mafra, Portugal / Galeria MAC – Lisboa, Portugal / Fórum Cultural Romeu Correia – Almada, Portugal / Galeria Geraldes da Silva – Porto, Portugal / Castelo de Alter do Chão, Portugal / Teatro Aveirense, Portugal / Galeria Chroma – Vigo, Spain / Museu Grão Vasco – Viseu, Portugal / "ICA - International Poster Competition" – China / "Cake Parade" – Câmara Municipal Portalegre, Portugal / Galeria ArteG – Viseu, Portugal / Galeria Actual – Lisboa, Portugal / Galerie Art Emotions – Genève, Switzerland / Bienal Internacional de Arte – Malta / Galeria Casa das Mudas – Madeira, Portugal / Galeria Kompass – Aveiro, Portugal
2008
Galeria Incorniciarte – Verona, Italy / Bienal Internacional Arte – Vendas Novas, Portugal / Galeria São Mamede – Guimarães, Portugal / Galeria Ordem dos Médicos – Porto, Portugal / Bienal Internacional Arte Madeira, Portugal / Nichiyu International – Nagoya – Japan / Galeria O Rastro – Figueira da Foz, Portugal / Galeria LineaDarte – Napoles, Italy / Bienal de Arte - Museo Delle Arti Dell'Unita – Italy / Galeria O+O – Valência, Spain / Feira Internacional de Arte – New York, US / Galeria "Monte dos Seis Reis" – Estremoz, Portugal / CasaGaleria – S. Paulo – Brazil / Palazzo San Luca – Geneva, Italy / Galeria Lugar do Vinho – Porto, Portugal
2007
Palácio Buckingham – London, UK / Spazio Expo Culturali GB Design – Florence, Italy / International Poster Competition – Dubai / Galeria Domus – Rome, Italy / Lauderdale House Gallery – London, UK / Feira Int. / Arte – Vigo – Spain / Galerie Artitude – Paris, France
Ricardo Passos por Giovanni Nappa
Artista ,que em chave irônica, retrata o poder absoluto na sua nudez e fragilidade.
Com ícones que margeiam a cultura pop envia uma mensagem direta e concreta, escolhe a simplicidade de representação que afirma com bravura
técnica e especial divertimento da alma.
A ilustração e o senso de escultura no seu pintar faz sorrir e pensar e, isso , feito de modo imediato no aspecto filosófico que Ricardo expõe.
Fevereiro 2008
Grupo Kromakrea
Modus Vivendis Aurea
A minha Musa é uma mulher (que tenho) a dias
A minha Musa excêntrica dorme só num sótão por cima de mim. Já ali. Ainda é virgem mas ninguém sabe. Talvez por isso, todos os dias a pinto quase nua, de pernas abertas ou esgazeada de perfil, entre pássaros e pénis com asas, noutras posições esdrúxulas ou de pés a sangrar por mim. O Cheiro do peixe cru incomoda-a muito e até já a vi com um cesto de crianças nos braços. Somos muito parecidos mas eu não depilo as pernas. Só a alma. Há dias escrevi-lhe uma mensagem: O nosso amor ade acabar cando esta pomba buar. Nunca me respondeu, a ingrata! Acho que me abandonou. E agora que farei? Ajuda-me Fernando, esta minha e desamparada Pessoa.
João Rousseau, a propósito da obra de Ricardo Passos (2014)
A coerência visual é tão importante como a coerência conceptual no trabalho de Ricardo Passos. Á semelhança do que já nos habituou em series anteriores, na série "DITOS", o artista deixa patente a ironia, o humor e a crítica social que caracterizam todo o seu trabalho.
Portugal tem uma longa tradição de ditos e provérbios populares.
Passos não é indiferente a esse aspecto. Transportando os provérbios para os seus significados literais, despe-os das suas metáforas originais mas carrega-os de novos significados.
Passos fala-nos com as suas telas sempre com um sorriso no olhar e com questões à sociedade contemporânea.
Luísa Santos
Crítica de Arte
Ricardo Passos por Oscar d'Ambrosio
Um quadro pintado com talento gera diversos caminhos de interpretação. A mais fácil geralmente é concentrar a atenção nas imagens e discutir o que
elas representam. A mais apropriada, no entanto, para trabalhos como o deste artista, é verificar como as cores e o jogo com a luminosidade instauram um universo de emoções. Suas figuras femininas, que desafiam a magreza e a beleza convencionais, são uma prova de como a criação plástica apurada pode estar ao lado da crítica à futilidade da sociedade.
Fevereiro 2007
Modus Vivendis Aurea
El artista portugués Ricardo Passos se aleja de la representación convencional en busca de un universo de emociones. En su obra la figura femenina cobra protagonismo, como guía de la energía creativa de Passos, y se presenta al mismo tiempo poderosa, romántica, cruel, triste, soñadora y exuberante. La mujer como guía de la energía creadora de Passos y la plasticidad, los volúmenes dominan su obra con dimensiones exageradas que eliminan el concepto físico.
Oscar Garcia Garcia
Abril 2008
Galeria O+O Valência
O UNIVERSO FEMININO DE RICARDO PASSOS
É a emoção que move e conduz a energia criativa de RP na composição do infinito dentre de ti ... mulher, alma fortitificada, alma etérea sobre asas ao vento.
por Antonella Iozzo
Mulher, longa é a noite entre as tuas pernas esguias, profundo é o mar nos teus olhos persuasivos, eterno é o calor do teu abraço, enigmático é o beijo nos lábios da pintura de RP.
A vibrante tensão do traço na metamorfose do tempo, é uma deusa na beleza ancestral do universo, Passos extrai-lhe a essência, explora-lhe a fluidez inacessível e no seu grito primordial, o seu gesto, transforma-a em mulher, origem, terra, mãe que dá à luz a vida.
Emoções e silêncios fundamentados na alma avançam deixando pontos de luz na massa corpórea, mais próxima da tensão do que da calma, mais próxima da densidade do líquido germinal do que da liquidez perceptiva, mais próxima dos recônditos interiores do que do espaço mental.
Uma Afrodite, no movimento da cor produz a áurea mágica, que RP mimetiza em vozes misteriosas emergentes do sonho do pincel e esfumadas na pele sensual de mulheres potentes, arcaicas, românticas, cruéis, tristes, exuberantes, presas na abcissa do mundo criativo e do outro mundo, por um sorriso leve, por um fio de pensamento suspenso na utopia, suspenso em «Mentes Gordas Almas Magras».
Jogos de plasticidade e de volumes dominam as obras, dimensões exageradas deformam o conceito físico e abrem janelas sobre a paisagem do corpo. Forma e senso modelam-se na simbiose de linhas, e de repente anoitece na profundidade de um corte que, faz divergir a tensão erótica na sagração contida num olhar afastado do primeiro plano e próximo de um plano de fundo. Cidades interiores construídas sobre o afecto albergam pausa dilatadas, quase presenças, figuras arcaicas, numa evolução contínua, numa progressiva e constante procura das raízes do ser humano: «Mater», fragmentos de matéria feita de matéria, feita de emoção, emotividade que se move, que guia, a energia criativa de RP na composição do infinito dentro de ti... mulher, alma fortificada, alma etérea sobre asas ao vento.
Eterno presente, futuro anterior, tudo continua numa implosão magmática, aqui o absoluto é uma nova solidão apaixonada pela flor da vida. A água vital amortiza a tragédia numa única cor pronta a revelar o universo contido no delírio de mulher, e repleto de sonhos e de memória. O impacto visual é desarmante, cheio e vazio, presenças e ausências, luzes e sombras, cores arrancadas à terra, diluem-se na chuva de sensações, dando forma ao sofrimento e à serenidade que se esvai e se traduz em gestos melancólicos. Sob esta forma emerge a tensão para um conteúdo essencial, ainda mais denso no epicentro da obra, espelho anamórfico do ânimo humano. A sensação imediata é abstracta, mas o sinal, parece acompanhar o espaço que, do interior do quadro se propaga em todas as direcções, a cada momento, e a cada olhar nosso, abrangendo o mundo de mulheres silenciosas e decorativas, de mulheres ícone – mães, todas filhas de vidas tecidas em mutações constantes, que perderam o sentido da gravidade.
O êxtase de cores quentes, de timbres que perfumam o Verão, de ondas marítimas que banham o crepúsculo da alma, entabulam um diálogo com o etéreo feminino, numa síntese de paixão conhecedora e ardente participação estética. Passos parece dissecar com perícia técnica o enleado de consciências atormentadas, de mulheres dramaticamente presentes na sua ausência, uma procura que desaparece na teatralidade de evasões oníricas. Movimentos espectaculares retemperam uma atmosfera sob a brilhante luz da cor, e transformam o sujeito num comentário cenográfico, aparição sugestiva que permite refugiar-se, perder-se, viver o sonho elaborado em contos de fadas grotescos. E não há contos de fadas sem rainhas, «Com o rei na barriga», mulheres ardentes que guardam o mar no coração. Mulheres livres, que nunca tocaram a liberdade, mulheres – rainhas, as de Passos, que têm bem definido os limites dos seus castelos, abrem portas de quartos desconhecidos, salões de baile onde o desejo dança com a intimidade violada, segredos que evocam lágrimas, dores contidas no amor eterno jurado a quem bateu àquela porta, a quem foi envolvido no abraço da razão.
A representação cénica de RP é um microcosmo feminino, lindo e material, inserido no espaço cromático com a força da figuração, entendida como mistério de comparação entre um nú de mulher e uma mulher nua, ligações que se contrapõem entre cenas, chamadas, envios, encontros.
Massas vibrantes de tonalidades harmoniosamente orquestradas, encantam por antecipação, contendo em si a emoção visceral e profunda do contacto, do gesto pictórico de Passos, decidido, delicado e vibrante de tensões emocionais, uma dança circular ténue e suavemente frenética. Uma balada triste e sensual que tempera o plano da acção, ou talvez, da aparente quietude do sujeito, numa saída significativa pronta a falar de estados de alma e de íntima ligação entre uma fibra e outra. Em «Modus vivendis áurea» cargas energéticas sobrepõem-se, ligam-se, somam-se e anulam-se no vazio, na nulidade que preenche o espaço com uma sensação que se desvanece sem deixar rasto, numa atmosfera rarefeita, onde o adensar de um hipotético fantasma, cria a dinâmica do claro – escuro, enquanto o corpo respira em faixas de luz através das quais ganha volumetria.
A veia lírica de Passos converge num território sentimental, revela o sentido da imagem no estado nascente, e posiciona-se numa zona onde se cruzam tensões evocativas e troços narrativos, e que aqui, no silêncio da tela, se condensa na voz do universo, um fluxo de consciência espiritualizado no corpo de mulheres solitárias, que protagonizam a cena; que com delicada graciosidade decompõem a sua intimidade, o seu interior, o seu ser em matéria poética, protegendo a sensibilidade flagrante e transbordante, das margens perigosamente expostas da angústia, do desconforto, da incomunicabilidade, com uma realidade que lhe é estranha.
Um crepúsculo atrevido no fundo do nosso olhar, revela a beleza premente das chamas que se agitam na complexidade da consciência. Um retrato no limite do aceitável imprime-se deste modo, no cerne da razão e liberta tensões violentas rompendo a ilusão, leve fantasia quotidiana, desventrando o sentimento humano num dialogo frenético e louco com a psique, numa verdade em busca do elemento eterno da natureza.
Passos extrai da água a transparência, do céu a imensidão, da terra a essência primordial e cria a música subterrânea do alvo feminino, desenha fulminantes arabescos cromáticos, mas é feito sobretudo de pensamento a sua expressão, de facto tem uma tonalidade branca, a dor transcrita com intensidade, que corajosamente retira do seu invólucro, mantendo, no entanto, o valor e a forma da lógica estrutural.
O envolvimento emocional, lúcido, límpido e comovente, produz um jogo de dinâmicas estruturais no ar com elegância e ligeireza, delicadas fitas flutuantes, linhas melódicas que reconduzem à mulher, evocações sonoras da vibração suprema da vida, criatura do universo no poema sinfónico de Ricardo Passos.
A Chafurdar em São Bento
Alegria
O Poder revela o Homem
